quarta-feira, 7 de julho de 2010

I within: step forward, combined horizons

I within
step forward: combined horizons

(apanhando o comboio
com um livro em branco na mão)

Maya e Neptuno...
Relâmpago que exclama, e a trovoada responde...
e o vento leva... restícios de ilusão
e o vento traz...prenúncios.

vêm as ondas
e ainda se sente a electricidade na água
mas a música salva-me
é o barco que surge quando me perco em alto-mar
ela diz-me o caminho de regresso.

um corpo que dança na praia
torna-se projecção
na tela do mar contempla-se a sua silhueta
e o corpo se torna um corpo maior
o mar lhe dá efeitos especiais
e a música está escrita nos contornos das rochas

anjos negros cantam as serenatas do submundo
levam-me às cavernas onde entro nos casulos
onde deixo as peles do passado

Luz da minha transformação
Clareza da minha escuridão
a noite que és revela a luminosidade da manhã
noite límpida e radiosa

Compreensão na confusão
Trilho para a emoção

Deixa morrer, não é o momento.
Deixa-te viver, deixa passar o tempo.
Cavalga a Vida... a Vida.
Deixa que se instale o Agora.

Veneza é Varanasi
Canto no rio ganges
que percorre estas ruas
levada lavada sou na sua corrente
o canto da morte contém
todas as mortes nesta morte
o ganges saiu-me pela boca.

Maya engana, enganando-se...
Neptuno ilude, iludindo-se...
sorriem com máscaras mal colocadas
sabem ambos das mentiras um do outro

e dançam
dançam o absurdo do seu sentido
conscientes do desfiladeiro entre si
e, ainda assim, acreditando.

mas Joana D'arc... ainda está viva
e prepara o seu exército novamente
com elefantes.

Mergulho para re-encontrar as baleias
e encontro jacarés acorrentados.

Queria ver golfinhos e focas.

terça-feira, 22 de junho de 2010

o universo na pétala

linhas de água dentro de mim
purificando-me
quando permaneço na dimensão que as palavras edificaram
em vez de estilhaçar essa arquitectura subtil com mais palavras

começo a compreender
o universo na pétala

OST - o que as almas disseram

o meu Amor ecoou pelo Universo
dançando valsas pelas atmosferas
uma respiração em cada gesto e movimento
a cada momento,
o desdobrar das eras

virar de página delicado e lento
soltando o pó do tempo
fazendo das cinzas novas faíscas
pétalas suspiradas em caminhadas abertas
que revelam praias desertas

com marés de ritmos desconhecidos
onde o compasso é marcado unicamente pelos sentidos

e a viagem acontece sem horas marcadas
com incertas e imperfeitas
perfeitas linhas de partidas e chegadas

trepa pelas encostas da montanha
e desliza no canto da cascata
encontra a corrente para seres enchente
e grita ao céu por quem chamas
quem te inflama
te lança-chamas
que sobem o teu leito até à nascente.

escuta o suspiro que a eternidade grita
no aconchego do pôr-do-sol
vê a camada dourada
pintada
pelos raios da manhã

aguarda a madrugada
e guarda-a

a vida é o canto da terra

canta o seu canto
nas mornas memórias
de cada suave e delicado entardecer
dos olhares.

Há um silenciosa celebração
no refugio do recolher
e é nessa linha de horizonte
que te escolho receber

é a mesma dimensão
onde a inocência escolheu residir

onde a vida derrama sua substância
e após o ponto sem retorno,
me sinto re-encontrada.

o derradeiro início


IX - o derradeiro início

que a minha paz reencontrada
seja o instrumento de Deus,
por ser livre para escolher a Entrega.

terça-feira, 11 de maio de 2010

a criança que fui sonha
a mulher que sou acredita

segunda-feira, 19 de abril de 2010

impermanence

A impermanência é a respiração de Deus.
Impermanence is the breath of God.

domingo, 4 de abril de 2010

tecendo a teia de que faço parte

... a música é a minha oração
é a forma de me fundir... de me re-encontrar...

de despertar novamente para a vida enquanto Ser que é célula de uma teia, que contempla o tecido infinito da criação da vida, e que também cria a sua parte ínfima... mas, não obstante, lança o seu fogo ...

e deixa a sua ressonância.

vive a sua morte
para poder renascer
entrega-se à verdade do momento...
ao se deixar morrer, a corrente da vida fá-lo renascer novamente

essa corrente da vida é como um fluxo musical
em oração a Voz ressurge vinda de outro mundo

ao cantar a morte, a força da vida regressa...

com vestes rasgadas
cabelos selvagens


não apresses a travessia... aprecia a deambulação pelas tuas correntes emocionais...


escavar no deserto
encontrar água debaixo da superfície seca, em águas subterrâneas
para saciar a minha sede

vou tecendo, vou contemplando, vou deslizando
vou lançando véus
vou lançando fogos
vou colhendo poeiras e cheiros

sentir-me dentro da teia
e navegar nela, deixando o horizonte queimar-me os olhos
navegar na teia, ser célula deste corpo maior
e deixar desabrochares surgirem através da minha entrega


o quanto amo música
e o quanto ela é sagrada para mim
pois invisivelmente escreve no éter os dourados fios de histórias nunca esquecidas
de memórias sempre guardadas
em texturas e ambiências onde os sonhos vivem
reais como sensações de vertigem
só espero conseguir transmitir muito amor
que as preces ressoem
vindas do espírito
com o sangue da emoção
com a vibração da inspiração da gratidão
de sentir-me navegando, com meu próprio corpo, este infinito tecido que é a a realidade
que simultaneamente contemplo e teço