terça-feira, 22 de junho de 2010

o universo na pétala

linhas de água dentro de mim
purificando-me
quando permaneço na dimensão que as palavras edificaram
em vez de estilhaçar essa arquitectura subtil com mais palavras

começo a compreender
o universo na pétala

OST - o que as almas disseram

o meu Amor ecoou pelo Universo
dançando valsas pelas atmosferas
uma respiração em cada gesto e movimento
a cada momento,
o desdobrar das eras

virar de página delicado e lento
soltando o pó do tempo
fazendo das cinzas novas faíscas
pétalas suspiradas em caminhadas abertas
que revelam praias desertas

com marés de ritmos desconhecidos
onde o compasso é marcado unicamente pelos sentidos

e a viagem acontece sem horas marcadas
com incertas e imperfeitas
perfeitas linhas de partidas e chegadas

trepa pelas encostas da montanha
e desliza no canto da cascata
encontra a corrente para seres enchente
e grita ao céu por quem chamas
quem te inflama
te lança-chamas
que sobem o teu leito até à nascente.

escuta o suspiro que a eternidade grita
no aconchego do pôr-do-sol
vê a camada dourada
pintada
pelos raios da manhã

aguarda a madrugada
e guarda-a

a vida é o canto da terra

canta o seu canto
nas mornas memórias
de cada suave e delicado entardecer
dos olhares.

Há um silenciosa celebração
no refugio do recolher
e é nessa linha de horizonte
que te escolho receber

é a mesma dimensão
onde a inocência escolheu residir

onde a vida derrama sua substância
e após o ponto sem retorno,
me sinto re-encontrada.

o derradeiro início


IX - o derradeiro início

que a minha paz reencontrada
seja o instrumento de Deus,
por ser livre para escolher a Entrega.